As 10 melhores histórias infantis

Não é mistério para muita gente que sou simplesmente viciada em literatura infanto-juvenil, por isso também sempre gostei demais dos filmes infanto-juvenis. Já fui muito criticada por ler Harry Potter por mais de uma vez, ou As Crônicas de Nárnia o bastante para não esquecer detalhe nenhum.
Mas o que será que existe de tão bom nesse tipo de literatura fantástica que mesmo hoje em dia fazem as crianças e adolescentes chorarem e rirem lendo ou assistindo esse tipo de obra?
Originalmente as histórias para crianças eram empregadas para lhes aplicar algum tipo de lição de moral. Ensinar-lhes pelo método da intimidação. É o que acontece com Chapeuzinho vermelho que desobedeceu a mãe e foi encontrada por um lobo, ou com Pedro, de Pedro e o Lobo quando contou mentiras.
Dar vida a coisas inanimadas ou voz a animais era uma tática que as pessoas usavam para chamar mais atenção à história.
Com base nessa idéia de persuasão juvenil vimos durante séculos vários contos serem retratados. Temos os irmãos Grimm, Perralt, Andersen como autores famosos de contos conhecidos nessa área.
É um campo vasto, que a cada dia cresce mais porque a magia não pode deixar de existir para crianças e até para adultos. Usamos ela como uma válvula de escape. E nos permite respirar um ar mais limpo.
Aqui coloco minhas 10 melhores histórias dessa literatura, e tentei escolher aquelas que tinham filmes relacionados para quem não gosta muito de ler.

1. O jardim secreto

Escrito por: Frances Hodgson Burnett
Assisti esse filme quando era criança, e me lembro de ter medo de algumas passagens dele, de me sentir sozinha como a Mary Lenox jogada em uma casa enorme sem ninguém, de perceber que não tinha a coragem dela para enfrentar certas coisas na minha vida.
O jardim secreto é uma história sem grandes viradas. É plena, bela, enigmática. Te deixa desconcertado com o fato de coisas tão simples serem esquecidas as vézes.
Conta a história de Mary. Uma garotinha que perdeu os pais e que teve que ir morar com um tio que quase não parava. Ela praticamente não via ninguém durante seus dias em uma casa que de tão grande, dava para se perder lá dentro.
Aos poucos ela vai entendendo o porque de tudo ser tão sombrio e solitário. Ela vai encontrando pessoas que precisam ser salvas mais até do que ela própria.
A história é cheia de personagens bem construídos. Daquele tipo que não precisa dizer uma única palavra pra entender o que quer dizer.
Ensina valores como perseverança, amizade, companheirismo, coragem e fé.
O filme ficou fantástico também. Os atores foram bem escolhidos, a música é linda, o cenário é perfeito.
Vale conferir.


2. A fantástica fábrica de chocolate

Escrito por: Roald Dahl
Esse é bem conhecido, seja pela versão cinematográfica mais antiga ou a mais exótica e recente.
Conta a história de Charlie, um menino bem pobre que quer de todo coração ganhar o tão sonhado prêmio de conhecer a misteriosa fábrica de chocolate de Willy Wonka. Por uma situação do destino ele acaba sendo um dos vencedores junto com mais quatro crianças.
O passeio a fábrica acaba se tornando várias lições de moral, visto que cada criança que vai tem um tipo de defeito muito forte. A fábrica por sua vez, testa os meninos e os pune por seus crimes.
A história é ótima, misteriosa, cheia de coisas fantásticas; como Umpa-Lumpas, salas que mudam de tamanho, corredores que afinam, elevadores que voam.
Ensina valores como a simplicidade.
Muita boa!


3. A história sem fim

Escrito por: Michael Ende
Amo de paixão!
Esse acho que é o meu predileto. Quem nunca perdeu a noção do tempo enquanto lia um bom livro?
Isso acontece com o protagonista Bastian que de tão empolgado com uma história esquece de ir para casa, e é mentalmente abduzido por um livro.
É cheio de seres originais e diferentes: apaixonantes. E tem relações fantásticas de palavras com significados. Por exemplo: O nome da terra deles é Fantasia. E ela está morrendo porque o Nada (vilão da história) está destruindo tudo.
O Nada não é uma pessoa como Voldemort em Harry Potter, é apenas uma situação. E adoro o tipo de vilão que não é físico.
É o tipo de livro que você se preocupa com os personagens, até aqueles que aparentemente não tem muito valor. E quando você lê que Bastian podia influenciar a história do livro  apenas com o pensamento e falas, ficamos pensando... E se?
Você acaba viajando nas idéias de Bastian e nas de Atreyo. Acaba vivendo e sentindo a angústia deles.
Adoro de paixão.
Ensina meu conceito predileto: Os livros são portas que nunca devem ser fechadas.


4. Peter pan

Escrito por: James Barrie
Cresci lendo Peter Pan, tantas e tantas vézes que tem diálogos que consigo lembrar só de fechar os olhos.
Achava fantástica que a idéia de não crescer fosse cabível. Que pudéssemos escolher.
Naquela época meu sonho era crescer. Hoje em dia penso tanto em quando eu era criança que angustia.
Costumo dizer que Peter Pan não é livro essencialmente de crianças. Existem conceitos e cenário infantil, mas acho que a idéia do autor foi tida numa época em que ele pensava em como seria sua vida se tivesse opção de escolher. Acho que a idéia de não crescer instiga mais adultos que crianças.
Contudo, concordo com eles quando dizem que crescer é uma grande aventura.
E costumo repetir quando um ente meu muito querido morre, ou está perto de morrer que a morte também seria uma grande aventura.
Fantasio muita coisa na minha vida. Tantas e tantas que muitas vézes me perco no que é real. Crescer é abdicar um pouco disso. E é solitário e muitas vézes vazio.
Meu filho tem dois anos, e se depender de mim ele vai acreditar nessa magia até quando tiver velhinho, e quem sabe se tornar um Peixe Grande cheio de histórias que fascinam outras crianças.
Peter Pan é ótimo para crianças e para adultos. E ensina o conceito de que crescer pode não ser tão ruim.


5. Ponte para Terabítia

Escrito por Katherine Paterson
É uma história emocionante, de como a nossa imaginação pode mudar um mundo inteiro.
Conta a história de Leslie e Jesse; dois garotos que quando atravessavam um rio criavam um mundo inteiro para eles. Com seres mágicos e situações de aventura. Mas algo acontece e a fé na magia de um deles é abalada. Afinal de contas, a vida não é sempre um faz-de-conta.
No filme foi bem trabalhado os atores e cenários.
Ensina conceitos como amizade e que nossa imaginação ainda podem criar o mundo inteiro.



6. Coraline

Escrito por: Neil Gaiman
Coraline foge um pouco do romantismo e infantilidade. Na verdade beira ao terror. Faz você sentir medo em muitos momentos. E em tantos outros te deixa com rancor.
Conta a história de Coraline, uma garotinha que se muda com os pais para um apartamento e descobre que ele tem uma passagem para um outro mundo. Como se fosse o seu apartamento com outra mãe, outras pessoas, de outra forma. E então ela percebe que seus pais são sequestrados pela outra mãe e Coraline precisa voltar para salva-los.
Ensina conceitos como perseverança, obediência e amor aos pais.

7. Alice no país das Maravilhas

Escrito por: Lewis Carroll
Eita historinha para me encantar. hauahuaa
Até uma versão para teatro eu fiz de Alice.
Sempre achei que Carroll estava tomando algum tipo de dopante para escrever essa história, porque é muito doida!
Conta a história de uma menininha que resolveu seguir um coelho de relógio e acaba caindo num mundo de faz de conta mais louco que já vi.
Os elementos dessa história são fantásticos! Envolvidos numa trama simples pra caramba. E é um fenômeno na literatura infantil.
Vale muito a pena conferir esse.
Ensina conceitos como: ... Meus Deus... Não tenho idéia!! ããããã... Nunca siga um coelho de relógio? kkkkkkkkkkk


8. A princesinha

Inspirado num conto de: Frances Hodgson Burnett
Muito lindo!
Visual, personagens, roteiro, cenário, músicas.
Falo de tudo em relação ao filme. Eu nunca consegui ler o conto o qual foi inspirado.
O filme conta a história de Sarah. Uma garotinha que foi deixada num colégio interno de ricos enquanto seu pai ia a guerra. Acontece que ele some e é declarado como morto, não tendo outros parentes para pagar, a tutora do lugar a coloca como serviçal da escola, e então a menina percebe que ninguém precisa de um título para ser princesa.
Ensina conceitos como: Igualdade, simplicidade e respeito.


9. Desventuras em série

Escrito por: Lemony Snicket (Daniel Handler)
Conta a história de três irmãos que tiveram os pais mortos e que recebem como tutor um homem que só quer tirar-lhes o dinheiro: Conde Olaf.
Com as enrascadas de Olaf eles passam sempre de guardião para guardião sem parar em lugar nenhum.
A história é uma coletânea de vários livros. Sempre acompanhando as aventuras dos irmãos Baudelaire.
O Olaf é um dos meus vilões prediletos. É cômico, mal, cheio dos trejeitos. Muito divertido.
Ótima história também.

10. As crônicas de Nárnia. 
Escrito por: Clive Lewis
Eu não tenho palavras para descrever o que significa para mim esse livro. Ele reúne conceitos fantásticos para um criança ser uma boa criança.
Foi escrito meio sem ordem cronológica de acontecimentos. E acabei lendo do meio pra fim e depois voltando. Tenho um fascículo único com todos os livros.
Ás vézes acompanhamos os mesmos personagens por dois ou três livros. As vézes mudamos os protagonistas. Por isso digo que Nárnia não é uma história sobre alguém, é uma história sobre um lugar. Um lugar que mudou várias pessoas e que permite que os protagonistas exerçam o que eles tem de melhor.
É muito bom!
Ensina conceitos cristãos como amizade, irmandade, igualdade, amor, sacrifício.
É como se você pegasse uma bíblia e colocasse seres místicos e crianças curiosas nela, o resultado seria: Nárnia.
Prova viva de que Deus não se afasta das pessoas porque elas creem em coisas fantásticas. Afinal de contas,  ele nos deu tais pensamentos e imaginação para criar essas criaturas. O nosso dom, é transforma-las em algo próximo a ele.
O autor fez isso direitinho!

E então encerro minha lista.
Me perguntei quando acabei porque de não ter colocado Harry Potter; a resposta demorou a vir. Acho que Potter é um livro tão maduro quanto qualquer outro de adulto que eu já tenha lido. E o que começa com um menininho que dorme embaixo da escada e que descobre que é bruxo, se torna em puro sacrifício, amor é amizade. Harry deixa de ser criança muito antes do tempo.Talvez por isso não identifique ele como literatura infantil.
Acho que todo adulto deveria ter sua lista de livros de crianças. Não porque é fácil ler, mas porque é certo. Os conceitos são vivos, jovens, eternos. É o tipo de coisa que você nunca esquece de ter lido.
Espero que vocês tenham gostado.

bjuss!
Até a próxima!