Resenha de "Real" (Katy Evans)

 "Ai, Remy... Você me mata!"

Sinopse: Remington Tate tem a reputação de ser um bad boy, dentro e fora dos ringues. É conhecido também pelo corpo escultural e pelo poder, sexy e selvagem, que emana de cada gota de suor, levando toda e qualquer mulher que o veja a um verdadeiro frenesi. Em seus olhos, brilha um desejo brutal, devastador e REAL. Brooke, uma especialista em fisioterapia esportiva, é contratada para manter aquele corpo funcionando como uma máquina mortal. Esse parecia ser seu emprego dos sonhos, mas, ao circular pelo perigoso circuito de lutas clandestinas com Tate e sua equipe, Brooke passa a ser dominada por um novo sentimento, um fogo e uma necessidade com os quais ela não sabe lidar. O que começa com um simples flerte pode virar uma obsessão sexual incontrolável. Terríveis segredos serão revelados, e Brooke deverá lutar para manter-se sã, discernindo o que há de real e o que é pura ilusão em seus próprios sentimentos.

Assim que soube que a Novo Século traria a série da Katy Evans, e depois de várias conversinhas nos grupos de livros no Facebook, onde as meninas são fanáticas por Remy, resolvi tratar de ler o livro antes que já estivesse entediada de tantos elogios acerca dele. Costumo ser uma pessoa muito crítica em relação a essa categoria de livros (New Adult), e por isso queria tirar minhas próprias conclusões acerca de Real. Fiquei bem feliz em saber que ele realmente é tão bom quanto as pessoas afirmam. 

Linha de enredo é até bem simples... Lutador famoso, lindo e sexy que está em está na cidade para uma luta. Fisioterapeuta desempregada a procura de emprego que é certinha e até meio chata. Eles se encontram e bagunçam completamente a vida um do outro. Seria simples assim se a autora não fosse tão boa em criar personagens tensos e cenas mais tensas ainda em cima desse enredo básico. 

Um ponto positivo desse livro é a forma com a qual a autora já insere o reconhecimento dos personagens. De cara você vê Brooke em uma dessas lutas onde Remy é popular demais e super amado. Ela não entende o motivo das mulheres serem doentes de amor pelo cara, inclusive sua melhor amiga, que a arrasta até a luta. Mas isso é até colocar os olhos nele pela primeira vez, e a descarga sexual a invadir, destruindo seu bom senso. Vamos combinar né amiga, qualquer pessoa teria uma descarga sexual ao lado de Remy. O homem é puro fogo! 

A vida deles se ligam depois que Remy decide que precisa de uma fisioterapeuta na sua equipe, e ele contrata Brooke, a quem teve uma queda, não, um tombo, no dia da luta quando a avistou à distância, e depois foi atrás dela enquanto todos os esperaram no ringue. Então a garota passa a trabalhar com o cara, e imagina só você passar o dia tendo que cuidar os músculos doloridos desse lutador maravilhoso de lindo? Pois é... de enlouquecer qualquer pessoa. 

O que a gente não imagina que a autora possa abordar, ela vem e aborda. Remy é um cara super ferrado, ao ponto das pessoas que convivem com ele terem que recorrer a métodos pouco convencionais para cuidar dos momentos de loucura do cara. E isso fica parecendo mal desenvolvido de início, mas depois a autora amarra as pontas e explica a situação de uma maneira que convenceu legal a mim. Tudo bem que foi um pouco extremista, mas sou daquelas que acreditam que existe o extremo até para a pessoa mais entediante na vida, e aquele era o extremo de Remy. 

Brooke entra na vida dele como uma profissional, depois passa a ser uma amiga e depois... Bem, vocês vão precisar ler para entender melhor. Mas já vou avisando que não esperem muita pegação até perto do fim do livro, onde as coisas criam uma dimensão psicológica e física incríveis. 

A autora tem um livro inteiro onde ela vai gerando tensão entre eles, e quando as coisas finalmente explodem, é com vontade. Mesmo que tenha ficado nervosa pela demora das "coisas" acontecerem, eu amei a forma como ela trabalhou isso com eles. Principalmente com Remy e com toda a merda que ele julga ser sua vida. 

Brooke não é uma lerda, mas também não é uma personagem cativante ao extremo. Remy é Remy, sem mais do que isso. Ele é maravilhoso, apesar dos monstros do seu passado. É uma personagem que possui uma dualidade latente e muito perceptível. Gostei da verdade de como a autora trabalha a personalidade do cara, principalmente perto do final da história. 

Não achei ser um livro sem pé nem cabeça. Tirando a parte de um deus nórdico focar uma menina simples qualquer em uma plateia enorme, o resto do livro é totalmente plausível e incrível em muitos momentos. Os acontecimentos e as reações dos personagens são perfeitas dentro do contexto. Claro que eu fico apreensiva por se tratar de uma série. Morro de medo quando os autores transformam essa categoria de livros em séries. Mas estou segura na genialidade de Evans em usar e abusar de quantidade de caminhos que ela criou para todos eles. Estou bem ansiosa pelo próximo.