Resenha de "Brasyl" (Ian McDonald)

Título: Brasyl
Autor: Ian McDonald
Editora:  Saída de Emergência (Cedido em Parceria)
Adicionar: Skoob

Sinopse: Brasyl - Três personagens. Três histórias. Três brasis. Ligados através do tempo, do espaço e da realidade.Marcelina é uma produtora de TV que sai pelas ruas do Rio em busca do sucesso que lhe trará a fama. Quando uma ideia para um programa a faz rastrear o mais infame goleiro do futebol brasileiro, ela se envolve em uma antiga conspiração que ameaça não só a sua vida, mas também a sua alma.
Edson é um empresário de celebridades tentando sair das favelas de São Paulo em um futuro não muito distante. Um encontro inesperado o faz cair no mundo perigoso da computação quântica. Agora, sem ter para onde fugir em um Brasil em que cada rosto e centavo são rastreados, ele precisa salvar a própria pele.
Padre Luis Quinn é um missionário jesuíta que vasculha as profundezas da Floresta Amazônica do século XVIII em busca de um padre renegado que tenta estabelecer um império. Mas o que ele encontra ali põe em xeque a sua fé e a própria realidade.

Sempre fico com o pé atrás para pedir livros da SdE. Não pela qualidade deles, mas pela afinidade que possuo com o catálogo. Não tive muita sorte em adequar os títulos que pedi ao meu gosto. Sou muito criteriosa quando o negócio é fantasia - Gênero de lei da editora - e se em algum momento da história o livro deixar de me convencer, certamente que pegarei um abuso pela obra inteira. Talvez não generalizado, mas um abuso latente. 

Acabei solicitando Brasyl porque havia muito não pedia livros deles. A sinopse parecia interessante e o título é agradável para qualquer brasileiro. Já é ruim achar brasileiros escrevendo sobre brasileiros nesse gênero, que dirá ingleses fazendo o mesmo, como é o caso de Ian, Portanto foram os três fatores, aparentemente bobos, que me convenceram a comprar a ideia dessa história. 

O livro tem momentos diferentes de tempo e espaço, como de personagens. Existem três protagonistas principais, ambientados tanto no século XVIII, como no século XXI, mesclando ai um passado, um possível presente (visto a época em que a história foi escrita) e o futuro, com 2032 nos mostrando um realidade que não foge muito do que provavelmente ela será em termos tecnológicos e sociais aqui no país. 

Temos um padre jesuíta em 1732, Luís, que está na selva Amazônica caçando um outro padre que aparentemente está criando sua própria forma de governo teológico por lá. Em 2006 temos Marcelina, uma produtora de TV que está em busca de Barbosa, um goleiro da seleção brasileira de 1950. E em 2032 temos Edson, um empresário respeitável que se envolve com uma garota errada e que acaba entrando numa grande furada por causa disso. 

Três pessoas aparentemente sem vínculo algum, mas que foram responsáveis pelo meu grude ao enredo do livro do começo ao fim. Não fiquei impressionado com a forma como o autor escrevia, ou pelo o caminho que ele parecia seguir com esse livro, que por envolver um pedaço forte de física me deixou um pouco perdida, exatamente como fiquei quando li Fortaleza Digital, do Brown. O que me prendeu nessa história foi a curiosidade em saber como diabos esse autor iria inserir a parte "fantasiosa", porque eu sabia que ela teria que existir em algum momento do livro, e ligar esses três personagens que não pareciam ter nenhuma espécie de ligação um com o outro. 

E daí levantamos a parte boa do conjunto, quando o autor insere a ideia de universos paralelos, um tema no qual me identifico muito, e toda a rede de personagens e a parte de física que citei ai em cima. Apesar de não trabalhar o universo paralelo como conheço e amo no cinema, ele fez um negócio amarradinho e legal de se ler. Ele trabalha até a ideia filosófica do universo paralelo, como se ele existisse dentro de cada um de nós antes mesmo de parecer uma realidade alternativa de ficção científica. Como se a cada dia criássemos várias personalidades para diferentes situações, e por isso, vários mundos onde elas possam coexistir.  

Bato palmas também para a maneira descritiva com o qual o narrador fala do nosso país, e não estou falando só na parte estrutural e física da coisa, mas das desigualdades e tipos humanos sociológicos existentes no Brasil. Para alguém que veio aqui muito pouco como pesquisa para essa história, ele realmente parecia um brasileiro escrevendo. 

Um livro que mescla muitas coisas numa única obra, e por isso um livro difícil de ser entendido numa única resenha. É preciso ler e tirar suas próprias conclusões. Não é meu tipo predileto de leitura, mas certamente é uma boa leitura. Demorada, confesso, mas boa. 


Resenha de "Apenas um ano" (Gayle Forman)

Título: Apenas um Ano
Autor: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito (Cedido em Parceria)
Adicionar: Skoob

Sinopse: Apenas Um Ano - Em Apenas um Dia, os momentos de paixão entre Allyson e Willem foram interrompidos de maneira abrupta, lançando a jovem em um abismo de questionamentos e dor. Agora a história é contada pela voz de Willem. Sem saber exatamente o que o atraiu na garota de olhos grandes e jeito comportado, o rapaz inicia uma busca obsessiva por pistas que levem até a sua Lulu mesmo sem saber sequer o seu nome verdadeiro.
Enquanto tenta compreender o mistério que os separou, Willem se esforça para costurar relacionamentos desgastados e procura respostas para o futuro. Mais do que uma aventura de verão, o encontro em Paris significou para ele o início da vida adulta. Da mesma autora dos best-sellers Se Eu Ficar e Para Onde Ela Foi,
Apenas um Ano reúne todos os ingredientes de um romance imperdível: viagens, saudade, encontros, desencontros e amor.

 Olha, eu tenho um caso de amor bastante intenso com a autora nessa série. Chamo de série porque Apenas um Ano é um complemento de Apenas um Dia. Mas não é uma série de verdade, e espero de coração que ela não invente escrever mais sobre esses dois. Não rola, Gayle!

Eu sou completamente apaixonada pelo primeiro livro! Não tinha tido uma experiência maravilhosa com a autora com Se eu Ficar, mas Apenas um Dia me encheu de muitos sentimentos bons, e ruins também. Dificilmente um livro que só me dê sentimentos bons irá me agradar. Pode dar uma conferida na resenha do primeiro volume AQUI.

Não iria pedir Apenas um Ano. Quem me acompanha por aqui sabe que não sou chegada a livros que contam a história do outro personagem. Mas como no caso desse eu iria descobrir o que aconteceu com Will durante o enormeee sumiço dele, e isso me deixou com pulga atrás da orelha no final do anterior, senti necessidade de ler. E que dó me deu desse coitado!

Foi até interessante perceber os sentimentos que ele nutria por Ally e tudo o que fez para encontrá-la. Mas como ele não tinha muitas informações sobre ela, o contrário do que ela tinha sobre ele, o coitado vivia batendo com a cabeça nas paredes do labirinto. Foi angustiante acompanhar essa busca e o sofrimento do rapaz.

Não gostei tanto desse como gostei do anterior, mas eu precisava ler! Achei, na verdade, que o final desse seria um pouco mais extenso do que foi o de Apenas um Dia, que me deixou agoniada com aquele fim. Mas nem foi tanto, heim! Tudo bem que tem uma cena a mais, e que era a tãoo esperada por mim, contudo acho que senti falta de um pouco mais. Gosto tanto desse casal que iria sempre querer mais. Mal de leitor apaixonado.

Foi bom ver a vida de Will longe de Ally. Quem ele era de verdade além de ator, o que ele pensava e sentia, quem era Will com sua família. Ainda prefiro o ano de Ally e a corrida maluca para achá-lo, mas curti bastante ver o que se passava na cabecinha de Will.

Não me decepcionei com a autora até hoje, mesmo que não tenha amado Se eu Ficar, e que não tenha lido a continuação. Acho que de modo geral ela tem boas ideias e uma escrita fluida. Raramente me demoro lendo um dos livros dela, o que é ótimo para mim, que vivo de ressaca literária. Então quando dizem que tem livro da Gayle na parada, já vou ansiosa.

Eu amei o primeiro livro, e como vejo os dois muito complemento um do outro, recomendo a leitura desse também. Até para quem, como eu, tem problemas em ler livros com outros pontos de vista.

Resenha de "Prometo Falhar" (Pedro Chagas Freitas)

Título: Prometo Falhar
Autor: Pedro Chagas Freitas
Editora: Novo Conceito
Adicionar: Skoob
Sinopse: Prometo Falhar é um livro que fala de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta. Em crônicas desconcertantes, Pedro convida o leitor a revisitar suas próprias impressões sobre os relacionamentos humanos.
A linguagem fluida, livre, sem amarras, faz querer ler tudo de uma vez e depois ligar para o autor para terminar a conversa . Medo, frustração, inveja, ciúme e todos os sentimentos que nos ensinaram a sufocar são expostos sem pudores. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra que é possível sair ileso de tudo, menos do amor. Você escolhe a ordem em que vai ler as crônicas do jovem escritor que tem 21 obras publicadas e é sucesso de vendas em Portugal.
Prometo Falhar foi o livro mais vendido de Portugal em 2014 e chega ao Brasil com mais de 100 mil cópias vendidas na edição portuguesa.

Não me considero uma pessoa muito sensível, ou reluto em acreditar que ainda sou. Houve um tempo em que me sentia totalmente inserida nessa ideia de poetizar a vida e escutar a poesia no que as pessoas faziam. Hoje percebo que tenho uma dificuldade incrível de absorver essa arte que paira no ar e que os sensíveis enxergam antes de mim. Foi como me senti lendo Prometo Falhar, como se estivesse deixando passar alguma coisa que parecia incrível para metade dos leitores, e que não chegou forte dentro de mim por não me permitir sentir.  

Não estou dizendo que não absorvi nada do livro, muito pelo contrário! O autor tem um modo genial de criar uma sensibilidade em coisas que as vezes podem parecer até grotescas. E mesmo que eu esteja uma tábua para esse tipo de percepção, não sou tão bruta assim. Posso não sentir a poesia, mas sei que ela está lá, e não há como negar que Pedro é um poeta em encarar a vida. Não sei se só faz isso com o seu trabalho ou com todo o resto, mas gosto de pensar que ele é assim de natureza. Acho que seria interessante conhecer alguém desse modo... Leve. Mais leve do que o ar ao escrever. 

Prometo falhar é um livro que não se explica, se lê! É um livro de crônicas sobre diversas coisas relacionadas ao cotidiano. Sobre amor, principalmente, nas suas diversas formas. Ler Prometo Falhar é levar vários tapas o tempo inteiro, como se estivéssemos ouvindo aquele vizinho idoso contar histórias da infância na calçada de casa. É nessa hora que percebo como me preocupo com besteira, e como valorizo coisas idiotas. Foi o mesmo quando li esse livro. 

O único motivo de ter tirado uma estrela dele é por não morrer de amores por livros de crônicas. Gosto da continuidade em um livro, e não é o caso. É como se fossem histórias curtas que transmitissem o significado em poucas páginas, mas que deixa um gosto de "quero mais" ácido. Sou prolixa, não tem jeito! Contos e crônicas funcionam muito melhor com os pragmáticos. 

Apesar de não ser o meu gênero, acredito que esse é o tipo de livro que agrada a grande maioria dos leitores. Quem não gosta de ler belas palavras escritas com sincronia de pensamentos? Não temos um apanhados de ditados bonitos nesse livro, tipo frases prontas e de efeito. As vezes é até um apanhado de ditados feios, mas escritos de forma bonita e realista, o que torna uma obra próxima demais do leitor. 

Livro de cabeceira, com certeza! Daqueles que você guarda ao lado da cama para abrir sempre que estiver se sentindo muito mal, ou muito pequeno. Ou, quem sabe, pesado demais. 

Resenha de "Uma Curva no Tempo" (Dani Atkins)

Título: Uma curva no Tempo
Autor: Dani Atkins
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar

Sinopse: Uma Curva no Tempo - A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?

Uma Curva no Tempo foi o tipo de lançamento que eu quis muito antes de ter data de lançamento. E por mais louco que pareça, foi aquele livro que adiei completamente quando chegou. Minha crise ajudou nisso? Claro! Mas acho que o problema está no fato de que não ando no clima para livros mais dramáticos. Sempre acho que eles vão me deixar pior do que já estou, mas nem foi o caso desse. Não achei a maravilha do mundo todo, mas a autora fez um trabalho bastante amarradinho e que deu gosto de ler. 

No início da história acompanhamos uma noite na vida da protagonista, Rachel, que está prestes a se formar na escola e que marca um jantar com seus grandes amigos, como um jantar de despedida. Acontece que um carro desgovernado invade o restaurante onde eles estão, e acaba causando um terrível estrago nesse grupo. 

Desse momento pulamos para cinco anos depois e os vestígios de como Rachel e os amigos estão. Ela está péssima, e foi um momento onde eu me peguei procrastinando a leitura porque a autora soube escrever direitinho sintomas de depressão sem parecer forçado ou irreal, o que fez piorar meu estado, ao mesmo tempo que me colocou para analisar de fora a minha situação. 

Então acontece uma outra situação na vida ferrada de Rachel que a faz acordar num hospital, e numa realidade totalmente alternativa a que ela estava vivendo. Nada de acidente trágico, nada de doença ou marcas no corpo... A vida parece perfeita demais. O problema é que ela lembra da vida anterior, e nada dessa de agora. O que faz com que um de seus amigos, Jimmy, se una a ela para tentar resolver a "amnésia" que os médicos afirmam que ela tem. 

A partir desse momento vemos uma reconstrução da vida de Rachel nesse universo paralelo que parece incrível. Está noiva do antigo namorado de escola, seu pai está bem de saúde... Tudo está lindo e feliz. Menos ela, justamente porque nada parece encaixar na vida anterior, que sempre foi sua realidade. 

É livro curto demais para o que autora quis passar, e isso não é uma crítica, mas um elogio. Eu provavelmente usaria o triplo de páginas para contar a mesma história. Confesso que senti um pouco de falta de algumas outras situações, e de um tempo para que Rachel, e o leitor, aprendam a conviver com essa nova vida. Em alguns momentos pareceu rápido demais. 

O mistério fica em saber o que aconteceu que fez reverter toda a situação ruim da vida da garota. Magia? Realmente um universo paralelo? Como estamos falando de um livro, onde tudo é possível, a nossa cabeça também cria o imaginável para explicar. Quase fiquei louca quando as últimas páginas foram chegando e não achava uma explicação para o que tinha acontecido. Até que a autora lançou a explicação, e eu realmente fiquei de queixo caído. 

Ela só precisou de três páginas. Três páginas e eu me vi encantada com o que ela tinha feito. Não foi nada surreal em termos de enredo, mas foi algo que realmente pega de surpresa. Dificilmente o leitor espera por aquilo, e olhe que eu sou muito imaginativa! 

Enfim, o final me ganhou totalmente, mesmo que depois eu tenha procurado mais algumas linhas escondidas onde não existia. Tipo... Foi isso? Beleza! Mas cadê o resto? Não tinha necessidade de um resto para que fosse compreensível, mas eu QUERIA um. Entendem isso? 

De modo geral foi um livro muito bacana. A autora construiu o negócio direitinho. Funcionou mais como mistério, no quesito surpresa no final, do que alguns livros da Agatha Christie, e isso é raro para mim dizer, que sou louca pela autora. Para um livro tão pequeno, ele deixa uma história triste e com um final surpreendente. 

Super recomendo!





Resenha de "A Herdeira" (Kiera Cass)

Título: A Herdeira
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar


Sinopse: A Herdeira - Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.


É, foi lendo A Herdeira que cheguei a conclusão de que gosto do estilo narrativo da autora, mas simplesmente detesto suas histórias! Sorte que sou uma pessoa persistente nas séries, e que fazemos eventos aqui na cidade sobre essa em específico, ou já teria abandonado logo no primeiro. 

Você percebe de cara que esse livro foi escrito simplesmente porque a trilogia inicial fez sucesso, e os editores caíram no pé da autora para da continuidade. Vou repetir algo que sempre digo por aqui... Autores, se vocês não tem mais nada para dizer sobre aquela história, favor não escrever mais por conta da grana. Certamente que seus leitores comprarão seus outros livros, ainda que não tenham nada a ver com os anteriores. 

Pois é, finalizamos o livro anterior com um belo casamento de América. (Isso não será spoiler se você estiver lendo a resenha de A Herdeira. Subtende-se já ter lido os anteriores.) Enfim, o casal terminou feliz, com sorrisos, beijos e abraços. E então vamos entrar na história de A Herdeira, vinte anos depois do Happy End, trazendo a filha deles, Eadlyn, como protagonista. 

Podem imaginar o que vai acontecer, né? Princesa mimada tem que se casar com alguém para acalmar as pessoas. Princesa mimada odeia a ideia, mas terá que fazer uma Seleção. Princesa mimada recebe um monte de caras belos e cheios de qualidades e defeitos, os quais ela vai ignorar porque acha ridículo que ela tenha que se casar dessa forma. Até que concordo um pouco com Princesa mimada. 

Vi muita gente por ai chateado por conta da personalidade da menina, e não tem como eu dizer que ela é simpática, porque não é. Contudo não esperava menos dela. Até que esse jeitão "sou forte e ninguém me derruba" é engraçado em algumas cenas, de tão patético que fica. 

Toda a minha chateação não foi com a personagem irritante, foi com o fato de alguém ter perdido tempo escrevendo esse livro. É praticamente o que temos em A Seleção, com a diferença crucial de acompanharmos a princesa, invés dos candidatos. Eu lia e ficava batendo com o livro na cabeça e pensando porque merda eu estava perdendo meu tempo lendo  aquilo.

Como todo leitor, também tive meus candidatos favoritos, mas a coisa toda era tão fútil que não consegui me conectar com nenhum deles. Foi chato! Comecei o livro achando chato e terminei achando mais chato ainda. 

Uma coisa agradeço, a autora ter parado de chamar essa série de distópica. Aleluia que ela entendeu que isso passa longe de ser algo distópico. Então o foco é mais os romances, a personalidade escrota de Eadlyn e um pouco, bem pouco, da parte política. Acho que Cass poderia ter aproveitado muito mais a chata da protagonista com as revoltas que aconteciam em todo o país. Estou realmente cansada dessa vida palaciana deles. 

Não critico quem gosta da série. Posso enxergar um vislumbre de algo bacana de se acompanhar, principalmente para quem gosta desse tipo de romance. Só que ela não é para mim. Estou numa fase sombria demais para me encantar com princesas em castelos escolhendo príncipes para se casar. 

Vou terminar de ler porque cheguei até aqui e porque normalmente não me canso com a escrita da Cass. Até leio rápido os livros dela! Tirando esse, que foi uma epopéia para chegar ao fim. 

Se leram os três primeiros e gostaram, leiam esse! Se não gostaram e não precisam fazer eventos sobre ele, pelo amor de Deus, vão procurar algo para ler que não seja A Herdeira. 


Resenha de "O Conde Enfeitiçado" (Julia Quinn)

Título: O Conde Enfeitiçado
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro (Cedido em parceria)
Skoob: Adicionar


Sinopse: O Conde Enfeitiçado - Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton.
Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele.
Mas isso foi no passado. Quatro anos depois, Francesca está livre, embora só pense em Michael como amigo e confidente. E ele não ousa falar com ela sobre seus sentimentos – a culpa por amar a viúva de John, praticamente um irmão para ele, não permite.
Em um encontro inesperado, porém, Francesca começa a ver Michael de outro modo. Quando ela cai nos braços dele, a paixão e o desejo provam ser mais fortes do que a culpa. Agora o ex-devasso precisa convencê-la de que nenhum homem além dele a fará mais feliz.
No sexto livro da série Os Bridgertons, Julia Quinn mostra, em sua já consagrada escrita cheia de delicadezas, que a vida sempre nos reserva um final feliz. Basta que estejamos atentos para enxergá-lo.


Ando meio saturada de romances de época, fato! Contudo Julia Quinn é a única autora que não me faz revirar os olhos e querer sair correndo com o "mais do mesmo" desse estilo de escrita. E quando O Conde Enfeitiçado saiu eu fiquei bem contente. Além de aumentar uma das minhas séries prediletas nessa categoria, já havia lido o livro em inglês e era completamente apaixonada por ele, por fatores bem diferentes da paixão que senti pelos livros anteriores da série. 

Esse aqui vai contar a história da irmã mais peculiar dos Bridgertons. Não peculiar pela personalidade, mas por ser aquela personagem que conhecemos bem pouco e que não criamos expectativa alguma sobre ela. No caso desse volume, estamos falando de Francesca, a irmã que desde que nos entendemos na história está casada e morando bem longe da família. 

Do outro lado temos Michael, o mocinho. Um desses galanteadores comuns em romances desse tipo, mas que é fisgado desde o princípio por Francesca. O problema é que ela está noiva, bem pertinho de casar, com seu primo, John. 

E se você está pensando que o casamento não ocorre por conta desse amor inesperado, está enganado. Ele ocorre sim e Francesca passa anos casada com John, que acaba morrendo por problemas médicos. Isso não é spoiler, ok? É a premissa básica da história. 

Então agora Michael está livre para revelar seu amor que ficou escondido tanto tempo pela "prima". O problema é que anos sendo visto como primo fez com que eles não tivessem o tipo de aproximação suficiente para isso, e mais uma vez Michael come seu amor por zelo aos sentimentos de luto da esposa do primo, e pela culpa de ter se apaixonado por ela. 

Perceberam como esse livro tem um fundo muito diferenciado em relação aos demais? Estamos tratando de uma mulher que já é casada, que passa boa parte do livro sofrendo pelo luto e pela culpa de estar começando a se interessar pelo primo do marido morto. E ainda acho que, para mim, o protagonista da história é Michael, com os mesmos sentimentos contraditórios que ela tem, só que com uma carga masculina e de honra que existia nos homens da época que torna tudo aparentemente mais complicado.  

É um romance muito mais denso. Com temáticas bem adultas e que podem ser muito atuais, porque amor pode bater em qualquer porta, e culpa é algo que também não tem tempo de acontecer. Então, como uma perfeita apreciadora de dramas bem trabalhados, eu amei esse livro de coração!

Como se não bastasse toda a parte emocional da história que me conquistou, a parte física é pra lá de boa! Pessoalmente achei a primeira cena de sexo desses dois muito, muito, muito melhor do que todas as cenas de sexo dos livros anteriores. Existia algo de animal ferido nela, saca? Foi bonita de acompanhar, e não só provocante. Doía ao mesmo tempo que alegrava. 

Enfim, Um Perfeito Cavalheiro, até então meu livro predileto da série, perdeu bonito o pódio para O Conde Enfeitiçado. Não só pelos fatos que narrei nessa resenha, mas pelo crescimento narrativo que a autora teve com esse volume. Escrever um romance de época não significa que você precise seguir uma linha padrão de acontecimentos e personagens, e acho que Julia Quinn captou essa essência com esse livro. E mesmo que ela volte ao padrão nos dois últimos volumes, posso ficar feliz em saber que NESSE, ela fez a diferença.